segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O PRIMEIRO PRESÉPIO DA HISTÓRIA

O belo costume de montar presépio para rememorar o nascimento do Menino Jesus nos foi legado por São Francisco de Assis (no ano de 1223), conforme narra São Boaventura:

“Três anos antes de sua morte, encontrando-se o Santo em Grecio, movido por sua ardente devoção e para excitá-la nos outros, quis celebrar a festa da Natividade do Menino Jesus com toda a pompa e majestade possível.

Mas, para que ninguém pudesse tachar essa festa de ridícula novidade, pediu e obteve do Sumo Pontífice licença para celebrá-la.

Em seguida, Francisco fez preparar um presépio; mandou trazer grande quantidade de feno, juntamente com um asno e um boi, dispondo tudo ordenadamente; reuniram-se os religiosos, chamados de diversos lugares; concorreram pessoas do povo, ressoaram vozes de júbilo por todas as partes. E o grande número de luzes e resplandecentes tochas, bem como os cânticos sonoros que brotavam dos peitos simples e piedosos converteram aquela noite num dia claro, esplêndido e festivo.

Francisco [pintura ao lado] estava diante do rústico presépio, extático pela piedade, banhado em doces lágrimas e cheio de gozo celestial.

Iniciou-se, então, a missa solene, na qual Francisco, que oficiava como diácono, cantou o Evangelho. Pregou depois ao povo e lhes falou do nascimento do Rei pobre, a quem, quando a Ele se referia, chamava, impulsionado por seu terno amor, o Menino de Belém.

Havia entre os assistentes deste ato um soldado muito piedoso e veraz que, movido pelo amor a Cristo, renunciou à milícia secular e se uniu estreitamente ao servo de Deus. Chamava-se João de Grecio, e assegurou de um modo formal ter visto no presépio, reclinado e dormindo, um Menino extremamente belo, o qual o bem-aventurado Francisco tomou em seus braços, como se docemente o quisesse despertar do sono.

Que tal visão do piedoso soldado é inteiramente certa o afirma não só a santidade de quem a teve, mas também sua veracidade; e a evidenciam os milagres que depois se realizaram. Pois o exemplo de Francisco, mesmo humanamente considerado, tem poder para excitar a fé de Cristo nos corações mais frios. E aquele feno do presépio, cuidadosamente conservado pelo povo, foi um eficaz remédio para curar milagrosamente os animais doentes, e antídoto contra muitas espécies de peste. E assim, glorificou o Senhor seu servo com todas estas maravilhas e demonstrou a eficácia de suas orações com prodígios tão evidentes”.
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(“Legenda de São Francisco de Assis”, in “Escritos Completos de San Francisco de Assis y Biografias de su época”, Biblioteca dos Autores Católicos, 1945, pp. 597-598).

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