segunda-feira, 9 de março de 2009

A luz que ilumina (II)


Pe. David Francisquini (*)

“Eu sou a luz do mundo; o que me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida”. (S. João, 8, 12). Essa luz que Cristo veio trazer ao mundo é Ele mesmo, visto ter a mesma natureza do Pai e do Espírito Santo. Ele veio a esse mundo para iluminar todos os homens, fazendo resplandecer a sua luz por meio da fé, esclarecendo nossa inteligência por meio das verdades que anunciou. Veio robustecer essa mesma fé, através dos retumbantes milagres que operou, os quais ficaram registrados nas páginas dos santos Evangelhos.

Cristo veio ainda ao mundo, através de seus ensinamentos e das verdades contidas nos Evangelhos, para guiar nossos passos: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Veio fortificar nossa vontade por meio da fé, da esperança e da caridade, porque ninguém luta por aquele que não conhece, não ama e não espera.

Além dessas três virtudes que nos são infundidas no santo Batismo, existem as virtudes cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança, que concedem à alma os meios para enfrentar o maligno. As virtudes cardeais são as matrizes das outras virtudes morais: humildade, mansidão, obediência, generosidade temperança, castidade e o zelo do bem em oposição aos vícios capitais. Se cooperarmos com a graça de Deus e seguirmos as forças ou virtudes por Deus infundidas em nossas almas, o inimigo não nos prostrará na luta, e sairemos sempre vitoriosos.

Mas, para adquirir tais virtudes é necessário fazermos um esforço não pequeno, mas na certeza de contar sempre com o auxílio da divina graça, pois Deus não permite prova superior às nossas forças. Pelo Batismo, nossa vontade é inclinada ao bem moral. Não se pode deixar de lado o esforço, a habilidade no exercício do bem, por freqüentes atos repetidos, como as boas obras e a luta constante e persistente contra as más inclinações.
As virtudes morais estão em nossos corações como sementes introduzidas pelo Batismo, e devem vicejar rumo à perfeição e assim nos blindar contra os empecilhos que nos afastam de Deus e de nossa salvação. Amparados pelo auxílio do sal da terra e da luz do mundo, não será estéril nosso empreendimento no árduo caminho que nos levará ao Céu.
É ainda São João que nos adverte: “Não são 12 as horas do dia? Aquele que caminha de dia não tropeça, porque vê a luz desse mundo; porém o que anda de noite tropeça porque lhe falta a luz” (Jo 11 - 9, 10). O que Cristo Nosso Senhor quer dizer com isso? Ressaltar o tempo de sua vida terrena, estabelecido por Deus Pai, até que chegue sua hora, que é o tempo de sua paixão e morte.

Portanto, a morte de Cristo foi o marco da Redenção dos homens, aliás, anunciada com palavras eivadas de ódio, pronunciadas pelo pontífice Caifás: “Convém que morra um homem pelo povo, para que assim não pereça a nação”. Ele afirmou isso porque era pontífice, ressaltando que Jesus Cristo devia morrer pela nação, mas também tendo em vista unir num só corpo os filhos de Deus que se encontravam dispersos.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria –– Cardoso Moreira (RJ)

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