terça-feira, 29 de abril de 2008

Nossa fé não é vã! (I)

Pe. David Francisquini (*)

No sábado de Páscoa – a maior festa dos judeus – Jesus repousa no túmulo. No Antigo Testamento, o tempo pascal era celebrado em memória da liberdade do povo judeu da escravidão do Egito, tarefa levada a cabo por Moisés. Nosso Divino Salvador fora crucificado na Sexta-feira, expirando às três horas da tarde. Segundo a tradição, ele morreu voltado para o Ocidente, onde se daria a grande expansão do cristianismo.

Ao abençoar as casas no tempo pascal a Igreja recorda, através de seus ministros, a saída dos hebreus do Egito, quando Deus poupou do Anjo exterminador as casas dos hebreus que haviam sido marcadas com o sangue do cordeiro. Este prefigura o verdadeiro Cordeiro de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, cuja imolação obteve nossa salvação, livrando-nos da morte eterna e se oferecendo a nós na Eucaristia.

No terceiro dia depois de sua morte, na manhã de domingo, 20 de março do ano 782 da fundação de Roma, e 34 da era cristã, Jesus Cristo, por um ato de seu próprio poder, reuniu ao corpo sua alma e, ressurecto, saiu glorioso do sepulcro. Houve grande abalo na Terra, e quando os guardas amedrontados voltaram a si do seu espanto e desmaio, a laje que fechava a entrada do sepulcro estava afastada. Sobre ela estava sentado um anjo, e o túmulo estava vazio.

As santas mulheres, vindas para os cuidados de sepultura, foram as primeiras a averiguar o acontecimento, seguidas dos apóstolos Pedro e João, que acorreram pressurosos ao túmulo ao saberem da ressurreição de Cristo. Até os guardas romanos que selavam o sepulcro correram para relatar aos sacerdotes o acontecido, tendo recebido deles oferta de dinheiro para propagar a mentira de que o corpo havia sido roubado.

Todos os anos, no domingo de Páscoa, celebra-se o aniversário desse memorável acontecimento que culminou a missão do Divino Salvador na Terra e, ao mesmo tempo, provou a divindade de sua pessoa e de sua obra. São Paulo nos adverte que se Cristo não tivesse ressuscitado, a nossa fé seria vã. Chamo a atenção dos leitores para o fato de o domingo de Páscoa ser uma festa móvel que ocorre entre os dias 22 de março a 25 de abril.

Assim como a morte de Cristo é coisa certíssima, também o é a sua Ressurreição, pois Ele foi visto não só uma vez, mas durante os 40 dias que passou na Terra – os Evangelhos mencionam dez diferentes aparições d’Ele, antes de subir triunfante ao Céu.
Voltarei ao tema.
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(*) Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria (Cardoso Moreira – RJ)

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